iPhones falsos terão o sinal bloqueado


Estar na moda quando o assunto é tecnologia ficou muito mais barato após a invasão dos famosos “xing-lings”, os aparelhos móveis multiuso, vendidos na maioria dos grandes centros de camelôs, como no Iguatemi e na Piedade, mas a decisão da Agência Nacional de Telecomunicações vai acabar com a festa de quem desfila com celulares de grandes marcas falsificados. A partir do primeiro trimestre de 2013, a Anatel irá identificar, no cadastramento do chip, as solicitações realizadas por celulares piratas e impedir a conclusão do serviço, informando o motivo do bloqueio.
Não há informações precisas no Brasil sobre a quantidade de aparelhos piratas apreendidos, mas é inquestionável o crescimento da utilização destes celulares, tidos pelas quatro maiores empresas de telecomunicações do Brasil como um problema. Unidas contra a popularização dos chinglings, as operadoras de telefonia vão investir mais de R$ 10 milhões no bloqueio dos parelhos piratas. As empresas que atuam na área atribuem grande parte das reclamações de falta de sinal e de queda de ligações à baixa qualidade dos aparelhos irregulares.
A diferença dos preços entre um celular pirata e o original chega a ser espantosa. No Centro da cidade, o famoso iPhone III da Apple, que custa em média R$ 2 mil nas lojas convencionais, é encontrado facilmente por R$ 120. Com direito a teste na hora e a troca em 24 horas caso o aparelho ofereça algum problema, os vendedores apresentam o rol de funções dos smartphones, porém, sem apresentarem nenhum documento de garantia válida.
“Nossa barraca é fixa, então, qualquer problema que o aparelho tiver você pode trazer para a gente trocar”, diz uma das vendedoras que realiza o comércio de vários aparelhos piratas na ladeira da Piedade. O local é point de venda dos aparelhos e de acessórios como capas de proteção e carregadores.
Gosto popular
Com o aumento do poder de compra das classes C e D e o frequente estímulo ao consumo, a concretização do sonho de andar na moda é em parte realizado graças à popularização dos chinglings. Nos ônibus, no trânsito e nas ruas, é cada vez mais comum encontrar alguém desfrutando das funções oferecidas pelos celulares piratas, como TV, rádio, internet, jogos, entre outros aplicativos, tudo a valores acessíveis que chegam a custar a partir de R$ 60.
Com a decisão da Anatel, subsidiada pelas operadoras de telefonia móvel, os smartphones piratas passarão a ter utilidade única de entretenimento, já que as ligações a partir destes aparelhos não serão permitidas.
Mesmo com a justificativa de que o bloqueio será realizado para a redução do número de reclamações, a caça aos piratas vai abalar não só os consumidores, mas principalmente o grande comércio, responsável pelo sustento de muitas famílias que sobrevivem deste tipo de comércio.
Por enquanto, a decisão da Anatel só restringirá os aparelhos que utilizem chips novos, realizando o bloqueio no momento do cadastramento da linha, através da implantação de um programa que fará o reconhecimento do IMEI, código de identificação que todo celular possui.
Desta maneira, a empresa poderá identificar os aparelhos originais e os falsificados, interrompendo o cadastramento dos IMEIS desconhecidos, ou seja, dos aparelhos pirateados.
Tribuna da Bahia

Léo Barbosa

Léo Barbosa é Professor graduado em Letras pela UNOPAR - Universidade Norte do Paraná e atua nas Redes Públicas Municipal e Estadual de Ensino; é também radialista e empresário do ramo de hotelaria.

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