Em assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (3), no Colégio Central, em Salvador, os professores da rede estadual de ensino suspenderam a greve da categoria após 114 dias. "A ideia é suspender o movimento e marcar nova assembleia dentro de um mês. Se o governo não cumprir as cinco cláusulas nós voltamos com o movimento", disse Rui Oliveira, coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (APLB-BA), ao apresentar a proposta à categoria no início da assembleia. Após a votação, a categoria anunciou o retorno das aulas para segunda-feira (6).
"Temos compromisso com a reposição, mas é preciso que o governo devolva o dinheiro dos professores e depois o da entidade. Receberemos os alunos de cabeça erguida", pontuou Rui Oliveira.As cinco cláusulas da categoria foram apresentadas na quarta-feira (1º) e pedem a readmissão dos professores demitidos e a retirada de processos administrativos contra professores em estágio probatório; o cancelamento dos processos judiciais contra o sindicato; o pagamento imediato dos salários cortados; o repasse do dinheiro da contribuição sindical e o retorno das negociações.
Na quinta-feira (2), o governo da Bahia respondeu à proposta apresentada pela APLB-BA acatando as solicitações referentes às demissões, processos administrativos, corte dos salários dos professores e repasses das contribuições sindicais. O governo incluiu ainda a parte financeira, que não foi citada na proposta dos professores. "O governo absorve as posições expressas pela categoria, mas precisamos de um retorno sobre a parte econômica para que haja um acordo. A parte financeira da proposta é a mesma do termo de acordo entregue pelo MP", disse o secretário de Comunicação Robinson Almeida. A proposta salarial do governo mantém o reajuste cedido este ano com variação entre 6,5% e 11,5%, além de conceder aos professores licenciados da carreira de Magistério, por meio de curso de atualização, promoções com ganho de 7% em novembro deste ano e 7% em março de 2013. Sobre a questão salarial, Rui Oliveira se limitou a dizer que a questão econômica não está em discussão nesse momento. "Ela já foi rejeitada, não vou assinar", ressaltou.
Fonte: G1