A servidora, que exerce a função de serviços gerais, disse que apenas assinava as documentações que eram passadas pelo presidente Salatiel Coelho ou outro funcionário da câmara
Uma liminar suspendeu o concurso público da Câmara Municipal de Ibotirama, que fica a 648 quilômetros de Salvador. Entre as irregularidades, está a ausência de qualificação técnica da comissão do concurso, que teve a presidência de uma faxineira da Câmara dos Vereadores. Segundo a assessoria do Ministério Público da Bahia, para coordenar o concurso é necessário que servidor seja advogado e administrador público.
De acordo com o MP-Ba, a promotora de Justiça Susila Ribeiro Machado havia recomendado correção de algumas irregularidades, mas, como não foi atendida, resolveu ingressar com uma ação civil pública com pedido de liminar, solicitando a anulação do concurso.
A servidora, que exerce a função de serviços gerais, realizando faxina, serviços de limpeza e servindo café, a servidora, disse que estudou até o primeiro ano do ensino médio e, além de nunca ter exercido funções de cunho administrativo, apenas assinava as documentações que eram passadas pelo presidente Salatiel Coelho ou outro funcionário da Câmara.
Além da faxineira, outros integrantes declararam que não tinham informação sobre a comissão do concurso, desconhecendo quem são seus membros e afirmando que nunca se reuniram.
Ainda de acordo com a promotora, a Suprema Concursos e Consultoria Técnica Ltda. - empresa vencedora da licitação, está sendo investigada em dois procedimentos administrativos que apuram irregularidades em concursos públicos realizados nos municípios de Utinga e Morro do Chapéu.
A empresa aparentemente não dispõe de corpo técnico próprio para o trabalho, que consistente na elaboração de provas do concurso, dispondo apenas de contratos com funcionários terceirizados. Para Susila Machado, a Câmara Municipal realizou o concurso a “toque da caixa”, com o propósito de atender ao prazo estabelecido pelo pleito eleitoral.
De acordo com a liminar, concedida pelo juiz Antônio Marcos Tomaz Martins, os onze aprovados foram nomeados sem fazer exame médico admissional e a prova prática de motorista foi realizada com pressa sem permitir prazos para recursos.
Caso a Câmara de Vereadores não cancele o concurso terá que pagar uma multa no valor de R$ de 10 mil.
Fonte: Correio da Bahia
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