O contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, prometeu fazer revelações sobre a sua relação com políticos e autoridades. Ao sair do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na noite desta terça-feira (11), ele afirmou que pedirá autorização do seu advogado para falar o que sabe. “Agora eu acho que vou falar realmente. O PT sabe que eu sou o Garganta Profunda do PT”, disse, referindo-se ao escândalo de espionagem Watergate, que estourou em junho de 1972 e culminou com a renúncia do então presidente americano Richard Nixon. O bicheiro afirmou que gostaria de falar ainda na quarta-feira (12) e criticou o relatório da CPI do Cachoeira: “Amanhã tem relatório final da CPI e vou falar também de alguns personagens que a Delta [construtora] tem diretamente participado na vida deles, que hoje estão na CPI e fazendo um relatório totalmente sem escrúpulo”. Beneficiado por um habeas corpus concedido pelo desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, na tarde desta terça-feira, ele acha que a justiça foi feita. “Aliviado vou ficar na hora que este processo estiver trancado. Ele realmente vai ser trancado porque as provas são todas colhidas ilegalmente”, acusa.
Procurado pelo G1, o advogado de Cachoeira, Antônio Nabor Bulhões, não atendeu às ligações. O advogado Cléber Lopes de Oliveira, do escritório responsável pela defesa de Cachoeira, informou que seu cliente recebeu a notícia de que seria solto com tranquilidade. Ele chegou ao Núcleo de Custódia por volta das 16h30 para acompanhar a soltura do contraventor. No mesmo horário, o oficial de Justiça entrou no presídio, mas Cachoeira só deixou a prisão às 18h50. Cachoeira estava preso desde o último dia 7, após ter sido condenado a 39 anos de prisão por peculato, corrupção ativa, violação de sigilo e formação de quadrilha. Inicialmente, ele ficou detido na sede da Polícia Federal, na capital goiana, e foi transferido, no dia seguinte, para o Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia. As acusações contra o bicheiro são relativas à Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que investigou um esquema de jogo ilegal comandado por ele.
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