Um médico e uma médica foram presos no início da manhã deste sábado com o cumprimento de mandados de prisão pela Núcleo de Repressão dos Crimes contra a Saúde (Nucrisa). Eles estariam relacionados com o caso da médica Virgínia Soares de Souza , presa na última terça-feira suspeita de provocar morte de pacientes na UTI geral do Hospital Evangélico.Outros dois profissionais têm mandados de prisão expedido contra eles e ainda não foram localizados, mas devem se apresentar espontaneamente no Nucrisa até o início da tarde.A polícia não confirma os nomes, mas a advogada Luciane Bocato informou que a médica detida hoje é a sua irmã, Maria Israela Cortes Bocato. Ela disse que ninguém foi comunicado sobre o motivo da detenção.Maria Israela foi médica do Hospital Evangélico, onde permaneceu por cerca de sete anos. Ela trabalhou na UTI geral do hospital. De acordo com a irmã, a médica saiu do Evangélico por problemas no recebimento de salários, há cerca de um ano e meio.A irmã tentava falar com a presa, sem sucesso, mesmo alegando ser advogada.
A médica foi presa em casa, em Curitiba.Quando perguntada sobre o que a irmã comentava do caso que veio à tona nesta semana, Luciane disse que a irmã afirmou que "nunca viu nada, que tem grande apreço pela doutora Virgínia Soares de Souza e que o marido dela (Virgínia) foi professor dela na universidade.
"Dizia que ela (Virgínia) era muito ríspida mesmo, mas dentro de uma UTI, acho bem plausível", comentou Luciane, complementando que é necessário verificar de quem está partindo estas denúncias.O advogado Elias Mattar Assad, que defende a médica Virgínia e está representando os dois médicos presos até o momento na operação de hoje, reiterou que os detidos não foram comunicados sobre os motivos das prisões. "Rasgaram a Constituição e o Código de Processo Penal. Passaram por cima de direitos fundamentais. Os porquês estão sendo negados para a defesa. Não se sabe a acusação. Eles foram orientados a não falarem nada", contou. O advogado ontem reiterou que não existem provas contra a médica Virgínia. O Hospital Evangélico trocou toda a equipe da UTI geral, remanejando 47 funcionários e também está com uma sindicância interna para apurar as denúncias.
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