Novo papa saudou e rezou o "Pai Nosso" e a "Ave Maria" com a multidão (Foto: AFP) |
O sucessor de Bento XVI, o cardeal Jorge Mario Bergoglio, 76 anos, é um intelectual jesuíta e ex-arcebispo de Buenos Aires. Ele é o primeiro cardeal da América do Sul a ser eleito papa na história da Igreja Católica e têm um histórico de oposição ao casamento gay. Na Argentina, Bergoglio foi contra o projeto de lei em 2010, defendendo que as crianças do país deveriam ter o direito de serem criadas e educadas por um pai e uma mãe. Na época, ele argumentou que o projeto é apenas um instrumento de “agitação do Pai da Mentira [o diabo] para confundir e enganar os filhos de Deus”. Pela sua declaração, ele foi duramente criticado por Cristina Kirchner, presidente da Argentina, que comparou o seu discurso a um pronunciamento dos tempos da Santa Inquisição. De acordo com o jornal britânico The Guardian, Francisco I, como escolheu ser chamado, é descendente de italianos e utiliza o transporte público na Argentina e tem um apelo pessoal em relação à pobreza.
Para este conclave, por exemplo, ele pediu para que centenas de argentinos optassem por não viajar à Roma para celebrar, caso ele fosse selecionado como o novo Pontífice pelos demais cardeais. Ao invés disso, ele exortou os fieis a doar os valores que seriam gastos em passagens aéreas para os pobres e necessitados do país. Apontado como cardeal pelo falecido papa João Paulo II, no dia 21 de fevereiro de 2001, Francisco I também foi um feroz crítico de Ernesto Kirchner, ex-presidente da Argentina. Em 2009, ele chegou a declarar que o governo era "imoral, ilegítimo e injusto" por permitir que a desigualdade crescesse no país. "Ao invés de previnir, parece-me que eles optaram por tornar a desigualdade ainda maior", afirmou na época, "Direitos humanos não só são violados por terrorismo, repressão ou assassínios, mas por estruturas econômicas injustas que criam desigualdades enormes".
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