O ex-jogador Edílson foi indiciado nessa segunda-feira (14) por crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro, crime organizado e tráfico de influência após ser investigado pela Polícia Federal por fraudes em pagamentos de loterias da Caixa.
Apesar de ainda não ser réu, já que o Ministério Público Federal ainda não aceitou a denúncia, Edílson tem restrição de não poder deixar o país sem autorização da justiça.
"Prestei depoimento como cidadão e logo tudo vai ser resolvido. Tenho certeza que tudo vai ser resolvido da melhor maneira possível. Muitas vezes as pessoas oferecem coisas para gente em que a gente acaba incluindo a gente em algumas coisas, mas tenho a consciência tranquila, mas vim aqui para dar meu depoimento e estou aqui para colaborar com a Justiça de qualquer maneira", disse o jogador ex-Palmeiras, Corinthians e Flamengo ao sair da delegacia em Goiânia, onde prestou depoimento.
"Edílson foi indiciado com as provas contidas na investigação e que são corroboradas com o material apreendido na casa de alguns investigados. Isso reforça o contato direto entre ele e os principais investigados", explicou a delegada Marcela Siqueira à TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo.
O depoimento do ex-jogador durou três horas. O advogado de Edílson, Thiago Phileto, contou que os próximos passos da defesa são a antecipação de apresentação de provas que possam inocentar o ex-atleta antes da denúncia chegar ao Ministério Público Federal.
"O depoimento foi conduzido de maneira um pouco acusatória. Ele está muito chateado está se sentindo muito injustiçado as provas são vulneráveis. Ele está triste porque acha que a conclusão da autoridade policial não foi condizente com a realidade. Está havendo um equívoco na interpretação disso", disse o advogado ao UOL Esporte.
"E eu tenho fé que essa denúncia não será feita pelo Ministério Público Federal. Muito provavelmente o Edílson será excluído da denúncia e com uma análise mais aprofundada das provas será concreto que ele não participou de nada. Acreditamos no bom sendo do MP que vai analisar o inquérito", explicou o Thiago Phileto.
Como funcionava o esquema
Segundo a investigação da Polícia Federal, o esquema ilícito consistia em captar e validar prêmios não sacados pelos ganhadores do prêmio. Os envolvidos utilizavam contas de pessoas com grande movimentação financeira para despistar.
Edílson foi investigado por supostamente "emprestar" a conta bancária para que o dinheiro desviado pudesse circular. Gerentes da Caixa Econômica Federal com informações privilegiadas eram recrutados pelos correntistas integrantes do grupo.
Quando um prêmio da loteria não é retirado, os valores são destinados ao Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). Em 2014, ganhadores de loteria deixaram de resgatar R$ 270,5 milhões em prêmios da Mega-Sena, Loteca, Lotofácil, Lotogol, Quina, Lotomania, Dupla-sena e Timemania.
Ao todo, foram cumpridos 54 mandados judiciais, com cinco prisões preventivas, oito temporárias, 22 conduções coercitivas e 19 buscas nos estados de Goiás, Bahia, São Paulo, Sergipe, Paraná e Distrito Federal. A operação para desarticular o esquema de desvios de prêmios de loterias foi batizada de Desventura. Todo material recolhido pela PF será periciado. As informações serão repassadas ao Ministério Público para abertura de processos.
Os envolvidos responderão por organização criminosa, estelionato qualificado, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, falsificação de documento público, evasão de divisas. (Caraíbas FM)