A centelha que desencadeou a cizânia foi a mesma que consumiu Bentinho no clássico Dom Casmurro: ciúme. Ao contrário do personagem de Machado de Assis, porém, Jéssica - a possessiva do enredo jequitibaense —não ruminou o veneno por muito tempo. Segundo a servidora da instituição de ensino, a estudante teria visto a amiga falar mais cedo com seu namorado - que mora em uma cidade vizinha e não estava presente no momento da rusga. Supostamente incomodada com a cena, chamou Lara para conversar. O papo ia bem até que, não se sabe por quê, Jéssica puxou os cabelos da (que passou a ser sua) rival e a jogou no chão.
“Foi um dia de fúria", conta a funcionária, que descreve a Cícero Ciqueira como uma escola pacífica.“Só uma briga de adolescentes que passou um pouco da conta. Inclusive não entendemos porque algo tão banal ficou tão famoso. De qualquer forma, não é a regra por aqui”, completa.
As personalidades das mocinhas também não dariam pistas de que o conflito que deu fama a Alto Jequitibá seria, um dia, performado. Em seu círculo social, Lara é tida como uma pessoa calma, embora tenha seus dias de impaciência. Sabe-se que adora se maquiar e, até então, nunca havia se envolvido confusões. Já Jéssica, é uma espécie de “Miss Simpatia”. Do tipo popular, é vista sempre rodeada de amigos, e não se dá notícia de que colecione desafetos.
FINAL FELIZ As pazes, felizmente, já foram feitas. Com direito a choro, pedidos de desculpas e abraços, numa reunião convocada na mesma fatídica segunda-feira pela diretoria da escola. O encontro contou com a presença das mães das moças e do Conselho Tutelar. Nenhum dos envolvidos, incluindo as protagonistas da história, quis se pronunciar sobre assunto. Em conversa rápida com a reportagem do EM, o vice-diretor do colégio disse apenas que a mãe de Lara está bastante abalada com a situação, e que a comunidade escolar lamenta o ocorrido. (Jornal de Minas)