Não é só com incêndios florestais que a população da Chapada Diamantina se preocupa. Além do fogo, os rios que cortam cidades da região estão sendo destruídos pela ação do homem. O prefeito Natã Garcia Hora (PSD), do município de Wagner, por exemplo, está em Salvador buscando soluções para os rios Utinga e Cachoeirinha, que banham o município e outros da região. Segundo o gestor, o Utinga está cortado na altura do povoado de Chamego (zona rural) e, na última segunda-feira (23), foi constatada a falta de água na referida localidade – que fica a 15 quilômetros da sede.
“A situação desses mananciais, que são nossa principal fonte de renda, pode comprometer também o abastecimento de água de municípios como o de Lajedinho. Hoje pela manhã [terça-feira, 24] estivemos com o senador Otto Alencar, que é nosso conterrâneo e conhece como ninguém a situação dos rios Utinga e Cachoeirinha. Ele já entrou em contato com o governador Rui Costa para ver que providências o Estado irá tomar”, afirma Natã Garcia, em entrevista ao Jornal da Chapada.
O prefeito de Wagner também entrou em contato com os prefeitos da região, como Antonio Mário (Lajedinho), para pedir união em torno deste problema que afeta o ecossistema da Chapada Diamantina. “Essa situação já se arrasta por vários anos. Muitos municípios, agricultores e pecuaristas dependem dos rios. A sugestão é no sentido de fazer um estudo urgente do impacto ambiental, agilizar o andamento dos projetos de barragem do Rio Cachoeirinha e de preservação do Rio Utinga. Porém, na minha opinião, não adianta só o projeto de barragem, o Estado tem que impedir também o represamento do rio em sua nascente”, completa o gestor.
Rio Cachoeirinha |
Saiba mais sobre o assunto
Dados pesquisados pelo Jornal da Chapada apontam que o Rio Utinga é de suma importância para a agropecuária desenvolvida nas cidades de Utinga e Wagner e tem como afluente temporário o Rio Atalaia. A bacia hidrográfica formada pelo Rio Utinga abrange uma área de aproximadamente 3.000 km². Esta área hidrográfica, encravada na porção central do estado da Bahia, constitui um subsistema hidrográfico integrante da bacia do Rio Paraguaçu. O município de Wagner tem o Rio Utinga como o principal canal hídrico natural e é o segundo maior afluente do Paraguaçu.
“Infelizmente, neste momento, pela primeira vez, não acontece esta deságua. Vários fatores incidem sobre essa tragédia ambiental, entre eles o número crescente de roças, principalmente de banana, ao longo das suas margens, que quase sempre são supridas por uso desordenado de retirada de água para irrigação. Como complemento dos problemas, percebemos a retirada criminosa das matas ciliares. Isso favorece o assoreamento e, consequentemente, a perda de água. E o uso indiscriminado de agrotóxicos, que na grande maioria das vezes têm seus vasilhames descartados de forma aleatória nas margens dos corpos hídricos, também é um sério problema”, ressalta o coordenador municipal de Meio Ambiente, Helder Leite.
Vale ressaltar que um crime ambiental no Rio Cachoeirinha, também conhecido como Rio das Lajes, já foi denunciado por moradores em rede social, no ano de 2013. Segundo eles, o motivo do rio perene ter secado e prejudicado a população local é a irrigação da empresa Sarpa Plantações e Comércio de Café Ltda. De acordo com a denúncia protocolada e entregue ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) pelo advogado Edmilson Pereira Silva, os donos da Sarpa iniciaram a irrigação dos seus cafezais com as águas do Rio Cachoeirinha.
Segundo o documento, os proprietários aproveitaram que a principal nascente fica dentro de suas terras, a Fazenda Belmonte, e fizeram grandes barragens e três captações de água, diminuindo consideravelmente o nível do rio.
O assoreamento dos rios Utinga e Cachoeirinha tem sensibilizado muita gente na região. “Sou morador e filho de agricultor da cidade de Wagner, e fico triste e preocupado ao ver que a nossa maior riqueza está morrendo. O Rio Cachoeirinha, que é um afluente do Rio Utinga, secou há quase 30 dias, prejudicando ainda mais a situação. No povoado de Chamego, o Rio Utinga já não corre mais e em alguns pontos já não existe mais água no leito. A palavra de ordem no momento para os agricultores ribeirinhos é socorro”, informa o secretário de Obras de Wagner, Rogério Pereira dos Santos. (Jornal da Chapada)
Dados pesquisados pelo Jornal da Chapada apontam que o Rio Utinga é de suma importância para a agropecuária desenvolvida nas cidades de Utinga e Wagner e tem como afluente temporário o Rio Atalaia. A bacia hidrográfica formada pelo Rio Utinga abrange uma área de aproximadamente 3.000 km². Esta área hidrográfica, encravada na porção central do estado da Bahia, constitui um subsistema hidrográfico integrante da bacia do Rio Paraguaçu. O município de Wagner tem o Rio Utinga como o principal canal hídrico natural e é o segundo maior afluente do Paraguaçu.
“Infelizmente, neste momento, pela primeira vez, não acontece esta deságua. Vários fatores incidem sobre essa tragédia ambiental, entre eles o número crescente de roças, principalmente de banana, ao longo das suas margens, que quase sempre são supridas por uso desordenado de retirada de água para irrigação. Como complemento dos problemas, percebemos a retirada criminosa das matas ciliares. Isso favorece o assoreamento e, consequentemente, a perda de água. E o uso indiscriminado de agrotóxicos, que na grande maioria das vezes têm seus vasilhames descartados de forma aleatória nas margens dos corpos hídricos, também é um sério problema”, ressalta o coordenador municipal de Meio Ambiente, Helder Leite.
Vale ressaltar que um crime ambiental no Rio Cachoeirinha, também conhecido como Rio das Lajes, já foi denunciado por moradores em rede social, no ano de 2013. Segundo eles, o motivo do rio perene ter secado e prejudicado a população local é a irrigação da empresa Sarpa Plantações e Comércio de Café Ltda. De acordo com a denúncia protocolada e entregue ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) pelo advogado Edmilson Pereira Silva, os donos da Sarpa iniciaram a irrigação dos seus cafezais com as águas do Rio Cachoeirinha.
Segundo o documento, os proprietários aproveitaram que a principal nascente fica dentro de suas terras, a Fazenda Belmonte, e fizeram grandes barragens e três captações de água, diminuindo consideravelmente o nível do rio.
O assoreamento dos rios Utinga e Cachoeirinha tem sensibilizado muita gente na região. “Sou morador e filho de agricultor da cidade de Wagner, e fico triste e preocupado ao ver que a nossa maior riqueza está morrendo. O Rio Cachoeirinha, que é um afluente do Rio Utinga, secou há quase 30 dias, prejudicando ainda mais a situação. No povoado de Chamego, o Rio Utinga já não corre mais e em alguns pontos já não existe mais água no leito. A palavra de ordem no momento para os agricultores ribeirinhos é socorro”, informa o secretário de Obras de Wagner, Rogério Pereira dos Santos. (Jornal da Chapada)
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