Em reuniões com os novos comandos da Câmara e do Senado e a área política do governo, a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, tem se posicionado contra a criação de um novo imposto, mesmo que temporário, para bancar uma nova rodada do auxílio emergencial.
Nos últimos dias, cresceu dentro do governo a defesa da
criação de um tributo nos moldes da antiga CPMF, temporário, para bancar a nova
ajuda aos brasileiros afetados pela pandemia.
Segundo integrantes da equipe econômica que participaram de
reuniões nos últimos dias, o ministro Paulo Guedes segue defendendo que o
pagamento do auxílio emergencial por mais alguns meses precisa ser compensado
com cortes de gastos, não com aumento de tributos.
O presidente Jair Bolsonaro tem repetido nos últimos dias a
promessa de campanha de que o governo não irá propor aumento de impostos.
+Consulte seu Auxílio Emergencial pelo CPF; ainda vou receber algo?
+Auxílio Emergencial, veja quem deve receber e novo valor
+Novo auxílio emergencial só viria com calamidade pública, diz Guedes
+Equipe econômica prepara 'cláusula de calamidade' para voltar do auxílio emergencial
+Bolsonaro sinaliza possível prorrogação do auxílio emergencial
Um novo imposto nos moldes da CPMF, que o governo chama de
imposto sobre transações, é defendido para desonerar a folha de pagamentos das
empresas. De acordo com o governo, essa medida ajudará na manutenção e na
criação de empregos.
A interlocutores, o ministro da Economia tem elogiado o novo
comando das duas casas do Legislativo, afirmando que o diálogo tem sido “muito
construtivo”. A referência é ao novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur
Lira, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Segundo um integrante do governo que tem participado das
reuniões para discutir a nova ajuda à população, a equipe de Guedes vem
defendendo uma contrapartida que estaria no que o ministro chama de “PEC para
crises fiscais”, ou um novo marco legal para enfrentar crises futuras. Não um
aumento de imposto.
“A área econômica, que precisa zelar pelo equilíbrio fiscal,
compreendeu a urgência do auxílio, e a área política entendeu que é preciso
sinalizar com uma contrapartida”, diz um integrante graduado do governo.