O médico Gillian Vitor Reis, de 28 anos, morreu de covid-19 após ficar quase um mês internado |
"Ele sempre dizia que se ele, como médico, não enfrentasse esse vírus, quem iria enfrentá-lo? Ele sabia da força da doença e lutou pela vida até o final". O desabafo ainda emocionado é da universitária Giovana Reis, de 32 anos, irmã do médico Gillian Vitor Reis, de 28. O jovem morreu por complicações da covid-19 na última sexta-feira (15), após ficar três semanas internado no hospital Santa Helena, em São José do Rio Preto (SP). Giovana relata que desde o início da pandemia, em março do ano passado, Gillian trabalhava na linha de frente no combate à doença, atendendo paciente com covid-19 da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital em Salvador (BA).
"Desde março ele estava trabalhando na UTI que atende pacientes com covid-19. No começo, acredito que assim como todos nós, ele ficou com medo, mas se dedicava a cuidar dessas pessoas", lembra a irmã.
A família de Gillian é de Bandeirantes D´Oeste, distrito de Sud Mennucci no interior de São Paulo, mas em outubro de 2019 o médico passou a morar na Bahia.
No dia 13 de dezembro, Gillian viajou para a casa dos pais. Cinco dia depois começou a ter os primeiros sintomas da doença, como falta de ar e cansaço. Ao fazer uma tomografia, constatou que estava com os pulmões comprometidos, sendo internado no dia 26 de dezembro.
"Ele fez o exame e testou positivo para o coronavírus. Por consequência da doença, teve pneumonia e precisou ser internado. Desse dia em diante ele não teve melhoras, mas lutou até o final para não precisar ir para a UTI e ser intubado, porque ele sabia como era o procedimento", relata Giovana.
Sem responder ao tratamento e tendo o seu quadro de saúde agravado, o médico não resistiu e morreu após 21 dias. Segundo a família o médico era saudável e não tinha nenhuma comorbidade. "Ele era super protetor. A gente era muito unido e está sendo muito difícil de aceitar tudo isso", acrescenta Giovana.
Carreira como médico
Segundo a família, Gillian se formou em medicina em 2018 em uma faculdade de Votuporanga. Ele trabalhou em cidades como como Auriflama, Pereira Barreto e Sud Mennucci, no noroeste paulista.
Em outubro de 2019 ele se mudou para Salvador, onde atendia em diversos hospitais da cidade.
"O apelido que ele recebeu tanto dos pacientes como de colegas de profissão era Doutor Anjo, de tão querido que ele era por todos. Tenho recebido mensagens de diversas pessoas, que me encontraram pelas redes sociais, relatando histórias de como conheceu meu irmão e o quanto ele fez a diferença na vida delas", acrescenta Giovana. (Fonte: UOL)