Fiéis puderam participar de procissão de Via-Sacra este ano. No ano passado, pandemia e ausência de vacina impediram a aglomeração.
Num canto da Igreja do Santo Sepulcro, as lágrimas de Angèle Pernecita revelam uma emoção que esta cristã tem dificuldade em traduzir em palavras. Confinada no ano passado devido ao coronavírus, a filipina agora vacinada compartilha o fervor que toma Jerusalém na Páscoa.
Como ela, centenas de fiéis caminharam pelos paralelepípedos da Cidade Velha por ocasião desta Sexta-feira Santa, recordando a crucificação de Cristo.
E no Santo Sepulcro, igreja considerada o lugar mais sagrado do cristianismo, as orações de uma multidão ecoaram como não se ouviu por meses meses.
Em seu interior, alguns não hesitaram em tocar ou mesmo beijar, com ou sem máscara sanitária, a Pedra da Unção, placa de calcário avermelhado sobre a qual, segundo a tradição, foi embalsamado o corpo de Cristo antes de ser sepultado.
Naquele momento, as autoridades israelenses haviam acabado de ordenar o fechamento dos locais sagrados, além de escolas e empresas, para limitar a propagação do vírus.
Assim, a Igreja do Santo Sepulcro ficou fechada para a Páscoa pela primeira vez em pelo menos um século.
Hoje, "é como viver de novo", afirma Lina Sleibi, uma palestina de Jerusalém, que também celebrou a Páscoa sem igreja e sem grande reunião familiar no ano passado.
"Foi difícil, como se a cidade estivesse morta", conta a jovem de 28 anos que canta durante as missas em Belém, outra cidade sagrada a poucos quilômetros de Jerusalém.
Fonte: G1 Notícias