A Universidade de Oxfordanunciou nesta terça-feira (23) que está testando o medicamento antiparasitário ivermectina como um tratamento possível para a Covid-19, como parte de um estudo apoiado pelo governo britânico que busca auxiliar a recuperação de pacientes em contextos não hospitalares. Ainda não é possível afirmar concretamente que o fármaco tenha de fato alguma eficiência contra o novo coronavírus.
O estudo será feito através da comparação de quadros de pacientes sintomáticos da Covid que tomarem a invermectina para tratamento e daqueles que não tomaram, através do método científico. Os voluntários serão pacientes do sistema público de saúde do Reino Unido.
A ivermectina resultou na redução da replicação do vírus em estudos laboratoriais, afirmou a universidade, acrescentando que um pequeno estudo piloto mostrou que administrar o medicamento antecipadamente poderia reduzir a carga viral e a duração dos sintomas em alguns pacientes com quadros leves de covid-19.
Batizado de ‘Principle’, o estudo britânico demonstrou em janeiro que os antibióticos azitromicina e doxiciclina são ineficientes de maneira geral em estágios iniciais da covid-19.
Embora a OMS (Organização Mundial da Saúde) e reguladores europeus e norte-americanos tenham se posicionado contra o uso da ivermectina em pacientes com a doença, o medicamento está sendo utilizado para tratar a doença em alguns países, incluindo a Índia e o Brasil – onde o remédio é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro como parte do chamado tratamento precoce.
“Ao incluir a ivermectina em um estudo de grande escala como o ‘Principle’, esperamos gerar evidências robustas para determinar o quão eficiente o tratamento é contra a Covid-19, e se há benefícios ou prejuízos associados ao seu uso“,
afirmou Chris Butler, um dos líderes da pesquisa.
Pessoas com condições graves do fígado, ou que tomem o medicamento anticoagulante varfarina, ou ainda outros medicamentos que conhecidamente interajam com a ivermectina, serão excluídos do estudo, acrescentou a universidade.
A ivermectina é o sétimo medicamento a ser testado no estudo, e está atualmente sendo avaliado ao lado do remédio antiviral favipiravir, afirmou a universidade. CNN Brasil)