Construção já leva quatro anos Imagem: Arquivo pessoal |
As imagens feitas por ela com um celular de baixo custo já alcançaram 3,2 milhões de visualizações, com mais de 350 mil comentários elogiando a iniciativa e a beleza da construção.
A "Mulher das Pedras", como hoje é carinhosamente chamada por amigos e vizinhos, mora de favor numa casa humilde, erguida há 50 anos com adobe (tijolos feitos com terra crua, água e palha), nas terras que pertencem a um irmão.
A "Mulher das Pedras", como hoje é carinhosamente chamada por amigos e vizinhos, mora de favor numa casa humilde, erguida há 50 anos com adobe (tijolos feitos com terra crua, água e palha), nas terras que pertencem a um irmão.
Em troca da moradia, Márcia cuida das plantações de alimentos orgânicos, das galinhas e das 12 cabeças de gado que o irmão, que hoje mora em Salvador com a mulher e as filhas, mantém no local.
Todos os dias Márcia acorda cedo para alimentar os animais, roçar as áreas de cultivo e tirar leite das vacas. É com ele que a lavradora faz um já famoso requeijão, à venda para vizinhos como forma de complementar a renda. "O povo adora", conta.
Por cuidar dos afazeres da fazenda, com 198 hectares, o irmão permite que ela explore o comércio dos alimentos, produzidos em escala diminuta, "à moda antiga". Com isso, tirando os gastos com os alimentos dos animais e o pagamento de um ajudante que a auxilia nas tarefas, consegue juntar R$ 200 mensais.
Márcia recebe ainda uma ajuda de R$ 600 por mês da irmã mais nova, Maria Cleide, 50, que hoje vive em São Paulo.
A casa ainda não tem telhado nem contrapiso, mas está bonita, diz Márcia Imagem: Arquivo pessoal |
O sonho da casa própria, onde poderia viver com tranquilidade na velhice, está mais perto de se tornar realidade devido às características geológicas da área, repleta de pedras de todos os tipos, cores e tamanhos.
Sempre achei lindas aquelas casas da Europa que eles fazem com pedras, sabe? Eu amo a natureza, e essa é uma forma de construir que não agride o meio ambiente. Daí comecei a sonhar com uma dessas para mim.
Márcia Costa, lavradora"Se eu tivesse que comprar, sairia mais caro do que tijolo ou bloco. Mas, aqui, elas estão por toda a parte, eu encontro elas na estrada, no mato… E são de graça. Então eu comecei a colocar o sonho em prática", conta ela.
Quatro anos em construção
Ela é a mais velha de cinco irmãos e partiu dela a proposta para a caçula Maria de construir uma casa com as pedras. Maria Cleide entraria com os recursos, ela com a mão de obra.
Faz quatro anos que Márcia coleta e empilha as pedras encontradas pelos caminhos. A construção começou em 2017, seguindo um projeto que ela mesma elaborou, em um terreno vizinho à fazenda, comprado com muito sacrifício, com a ajuda da irmã.
Para a fundação e as colunas de sustentação, precisaram de um pedreiro. Depois, com a ajuda de um amigo, passou a erguer as paredes, encaixando as pedras com argamassa, uma a uma....
Foram necessárias 13 viagens de caminhão para levar as pedras da fazenda do irmão até o terreno. A argamassa já consumiu três caçambas de areia e 200 sacos de cimento.
Como a construção caminha de acordo com as possibilidades financeiras das irmãs, Márcia não sabe dizer com certeza o quanto já foi investido. Mas acredita que teria gasto muito mais se ainda tivesse que comprar tijolos, blocos e ferragens. Por enquanto, a casa só tem as paredes da cozinha e da sala. Ainda não deu para erguer os quartos nem fazer o telhado e o contrapiso.
Para acelerar a obra, Márcia diz que entrou, no ano passado, com um pedido de aposentadoria para receber um salário mínimo como trabalhadora rural. Foi negado. Mas ela deu entrada em um novo, que ainda está em análise.
"Tenho medo de que essa aposentadoria demore para ser ser aprovada, mesmo eu tendo documentos que comprovam o meu direito. Me disseram que eu não podia apresentá-los na agência do INSS por causa da pandemia", afirma.
Incentivada por amigos após o sucesso do vídeo no TikTok, ela criou uma vaquinha online. Mas não tinha ideia de como divulgar.
"Se alguém puder ajudar na construção da nossa casinha, entre em contato comigo no perfil do Instagram (@marciacosta5716). Eu sei lidar melhor com essa rede, é mais fácil para mim. Enquanto isso, vou vivendo do jeito que dá." (Notícias.UOL)
Encaixar as pedras para fazer a parede dá bastante trabalho, é como montar um quebra-cabeças. Com a diferença de que as pedras são muito pesadas. Então logo a gente se cansa e tem que parar. Mas está ficando lindo. Acho que o gosto pela beleza nasce com a gente, é um dom que Deus nos dá.Márcia Costa, lavradora.
Foram necessárias 13 viagens de caminhão para levar as pedras da fazenda do irmão até o terreno. A argamassa já consumiu três caçambas de areia e 200 sacos de cimento.
Como a construção caminha de acordo com as possibilidades financeiras das irmãs, Márcia não sabe dizer com certeza o quanto já foi investido. Mas acredita que teria gasto muito mais se ainda tivesse que comprar tijolos, blocos e ferragens. Por enquanto, a casa só tem as paredes da cozinha e da sala. Ainda não deu para erguer os quartos nem fazer o telhado e o contrapiso.
Um 'jeitinho' para acabar o projeto.
Para acelerar a obra, Márcia diz que entrou, no ano passado, com um pedido de aposentadoria para receber um salário mínimo como trabalhadora rural. Foi negado. Mas ela deu entrada em um novo, que ainda está em análise. "Tenho medo de que essa aposentadoria demore para ser ser aprovada, mesmo eu tendo documentos que comprovam o meu direito. Me disseram que eu não podia apresentá-los na agência do INSS por causa da pandemia", afirma.
Incentivada por amigos após o sucesso do vídeo no TikTok, ela criou uma vaquinha online. Mas não tinha ideia de como divulgar.
"Se alguém puder ajudar na construção da nossa casinha, entre em contato comigo no perfil do Instagram (@marciacosta5716). Eu sei lidar melhor com essa rede, é mais fácil para mim. Enquanto isso, vou vivendo do jeito que dá." (Notícias.UOL)