Carro do Policial/Foto: Chapadanews |
Nesta última quinta-feira (26), o Delegado Dr Thomas Victor da 13ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) de Seabra, na Chapada Diamantina, esclareceu como se deu o crime em que Sebastião Vaz, conhecido na cidade como Tião, foi morto, neste mesmo dia, por um policial militar.
O Delegado informou que por volta das 11 horas, o Policial Militar compareceu de forma voluntária e espontânea na Coordenadoria da Polícia Civil e informou que um indivíduo que possui transtornos psicológicos, fato, inclusive confirmado por familiares e como frisa o Delegado “acredito que por toda população de Seabra”, tinha ido em sua direção de forma ameaçadora com uma faca nas mãos.
No relato, o Militar disse que tentou de todas as formas recorrer, efetuou disparos de advertência para evitar a aproximação da vítima no intuito de garantir sua integridade física como também a integridade física do paciente que tem os transtornos psicológicos. Todavia, segundo o militar, não restou outra alternativa e foi necessário efetuar alguns disparos de arma de fogo na direção de Tião, que veio a óbito.
Dr Thomas Victor esclarece que diante da informação e da apresentação voluntária e espontânea do policial militar, em que pese ter ocorrido um crime de homicídio, sua apresentação espontânea livra qualquer situação relacionada a realização de flagrante delito. E que com todas as provas juntadas, até o presente momento, trata-se de uma excludente de ilicitude, qual seja, a legítima defesa.
Ainda segundo o Delegado, por todos os fatos apurados, as oitivas realizadas do próprio policial e de algumas testemunhas e inclusive da confirmação de alguns familiares da vítima que confirmam que o mesmo possuía quadro psicótico, e até mesmo já havia sido internado no Hospital de Custódia e Tratamento (HCT), em Salvador, por cerca de três vezes, não restou outra alternativa ao Policial Militar.
Foi instaurado inquérito policial para apuração dos fatos em toda sua totalidade. Também foi apreendida a arma do policial para realização de perícia. Ademais ocorreu perícia no local dos fatos pela Polícia Civil juntamente com a Polícia Técnica.
“As investigações continuarão até que se conclua se ouve ou não a prática do homicídio acobertada da excludente de ilicitude, que aí ensejaria qualquer isenção de responsabilização do policial militar já que teria agido, em tese, pelo menos até o presente momento, para resguardar sua integridade física e sua vida”, esclarece o Delegado.
Em seu relato o Dr Thomas Victor informa que inicialmente foi possível constatar que ocorreram cerca de três disparos que ceifaram a vida de Tião. Explica que corpo foi encaminhado ao Departamento de Perícia (DP) de Irecê e que é preciso aguardar a chegada dos laudos. E com a juntada de algumas filmagens e com a oitiva de algumas pessoas que ainda falta ser realizada, só então a polícia poderá concluir o inquérito optando pelo indiciamento do policial ou não pelo crime de homicídio.
“É um episódio que todos lamentam, inclusive o próprio policial chegou a deixar transparecer isso aqui na delegacia, que jamais queria chegar a tal ponto, mas, segundo o mesmo não houve outra alternativa senão efetuar os disparos no Tião, que veio a óbito” lamenta o Delegado. (Chapada News)