Assim, encontramos dois cenários para uma mesma história, como a grande alta no preço dos veículos, bem como a alta no número de vendas. O cenário que parece não fazer tanto sentido tem algumas explicações, sendo o principal delas a demanda reprimida.
A demanda reprimida de modo geral ocorre quando o consumidor almeja adquirir um produto, contudo, devido à falta de dinheiro/crédito ou algum fator externo como ocorreu no ano passado com a pandemia, bem como a oferta reduzida impede que o consumidor consiga adquirir o produto.
Ainda podemos citar o período de isolamento global em decorrência da pandemia onde as indústrias tiveram que parar sua produção, o que também ocasionou no atraso da entrega de produtos e a falta de insumos necessários para a produção de peças e fabricação dos automóveis.
Também temos por consequência a alta do dólar, o aumento da inflação no país, o aumento da taxa Selic assim como a desvalorização do real e o encarecimento de peças e insumos o que também somam para a alta nos preços dos automóveis.
Já no cenário de veículos usados e seminovos, sem carro zero para ser entregue, o público começou a consumir mais esses produtos que já estavam em estoque, o que com a grande demanda no mercado, acabou encarecendo os produtos disponíveis.
Mas afinal, quando o preço dos veículos vão voltar ao normal?
De acordo com declaração de Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) ainda não há uma previsão de quando haverá alívio no preço dos carros ao consumidor.O valor dos veículos vem subindo gradativamente desde o início da pandemia. Atualmente encontramos carros compactos na faixa de R$ 100 mil. Segundo Moraes, alguns pontos como a alta do dólar, a desvalorização do real, assim como o aumento de matérias como borracha, resinas e aço, contribuem para a alta.
Logo, existe uma cadeia de fatores que contribuem para a alta no preço dos automóveis, o que dificulta uma previsão mercadológica para a redução ou normalidade no preço dos veículos. “Em termos de custos, não vejo em pouco tempo uma alteração estrutural que permita redução nos valores finais. Talvez, baixe apenas na metade do ano que vem”, declarou Luiz Carlos Moraes.
O presidente da Anfavea em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, declarou que provavelmente os valores cobrados podem começar a ter uma baixa apenas a partir do segundo semestre de 2022. Além disso, Luiz Carlos de Moraes conta que uma possível solução para o problema deve ser encontrada pelas montadoras, como ações de marketing.
“Se não tivermos (um País mais competitivo), podemos perder novos investimentos. Isso (a competitividade) é muito importante para o setor automotivo, até porque queremos exportar mais. Isso acaba melhorando toda a cadeia produtiva nacional. Inclusive, gera empregos para o País”, declarou o presidente da Anfavea.
Ainda é preciso considerar que o ano que vem é um ano eleitoral, ou seja, o governo deverá ou pelo menos deveria se empenhar em criar condições adequadas para o mercado real, como, por exemplo, uma valorização do real frente ao dólar.
Por fim, apesar de incerta a previsão de normalidade no preço dos automóveis no país, é preciso estar ciente que o cenário onde era possível encontrar veículos mais básicos zero km custando R$ 40 mil não deve voltar.
Ainda é preciso considerar que o ano que vem é um ano eleitoral, ou seja, o governo deverá ou pelo menos deveria se empenhar em criar condições adequadas para o mercado real, como, por exemplo, uma valorização do real frente ao dólar.
Por fim, apesar de incerta a previsão de normalidade no preço dos automóveis no país, é preciso estar ciente que o cenário onde era possível encontrar veículos mais básicos zero km custando R$ 40 mil não deve voltar. (Jornal Contábil)