A climatologia da chuva entre setembro e dezembro em Itamaraju é de 499,7mm; em Ilhéus é de 434,4mm; e em Porto Seguro é de 507,7mm. Assim, nesse período, as chuvas nessas regiões estão bem acima da média.
O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), desde a última sexta-feira (25), vem mantendo esforços para amenizar os estragos causados pelas fortes chuvas no interior do estado, realizando vistorias técnicas com sua equipe de fiscalização e monitoramento ambiental, nos municípios do sul, extremo sul e sudoeste, com o objetivo de verificar os impactos nas barragens.
Durante as vistorias, foram constatadas barragens irregulares que se romperam no interior do estado, a exemplo de Iguá, Jussiape e Quati. Foram realizadas, em conjunto com a Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado (Sudec), Corpo de Bombeiros (CBMBA) e prefeituras locais, ações de intervenções emergenciais a fim de evitar impactos para a comunidade local.
Segundo o meteorologista do Inema, Mauro Bernasconi, o acumulado de chuvas “tem relação com a formação de corredores de umidade constantes, que vêm da Amazônia, atualmente pelas ZCAS [Zona de Convergência do Atlântico Sul], que costumam trazer chuvas acima da média no Nordeste do país e aumentar a frequência de formação das ZCAS. [Isso] associado com o Oceano Atlântico, na altura da Bahia, que está bem mais quente que o normal, o que ajuda na maior evaporação de água, e, consequentemente, em um maior volume de chuva, quando há sistemas meteorológicos atuando sobre a faixa costeira e proximidades. Além do gradiente horizontal de temperatura do Oceano Atlântico entre a região Sudeste e a Bahia, o que ajuda a deixar as frentes frias mais estacionadas sobre a região, auxiliando na formação e organização, além da persistência de corredores de umidade da Amazônia à Bahia”. O Relatório de Monitoramento de Barragem, Precipitação e Previsão do Tempo para os próximos dias está disponível no site do Inema.