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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi incisivo ao falar sobre a guerra na Ucrânia e defender que os Estados Unidos “parem de incentivar” o conflito. A declaração foi feita nos últimos instantes de sua viagem oficial à China, nesta sexta-feira (14), enquanto o petista se dirigia ao aeroporto de volta ao Brasil.
“Eu acho que a China tem um papel muito importante (para o fim da guerra), eu continuo reiterando que a China possivelmente tenha o papel mais importante. Agora, outro país importante é os Estados Unidos. É preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz para a gente poder convencer o (Vladimir) Putin e o (Volodimir) Zelensky de que a paz interessa a todo mundo e a guerra só está interessando por enquanto aos dois. Eu acho que é possível”, disse Lula, quando questionado pelo colunista Rodrigo Rangel do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, na saída do hotel onde esteve hospedado em Pequim.
O presidente prosseguiu, mais uma vez se referindo aos Estados Unidos, que fornecem armas à Ucrânia: “É preciso ter paciência para conversar com o presidente da Rússia, é preciso ter paciência para conversar com o presidente da Ucrânia, mas é preciso sobretudo convencer os países que estão fornecendo armas e incentivando a guerra a pararem, porque eu acho que, quando se começa uma briga – a gente fala em guerra, mas poderia ser uma briga de rua, poderia ser uma greve – é preciso começar e saber como parar. E muitas vezes a gente não sabe como parar. E acho que nós estamos numa situação em que acho que os dois países estão com dificuldades de tomar decisões. Se os dois países estão com problema de tomar decisões, eu acho que é preciso que terceiros países que mantenham relação com os dois criem as condições de termos paz no mundo. Nós não precisamos de guerra”.
Sem dizer exatamente se Xi Jinping aceitou participar, Lula voltou a falar de sua ideia de criar um grupo de países que não estejam envolvidos no conflito para negociar um acordo de paz. “Não é uma coisa fácil. Vocês sabem que uma briga entre família é muito difícil, quando ela começa a gente não sabe como ela termina. E uma guerra é a mesma coisa, sabe? É preciso, agora, paciência, é preciso encontrar no mundo países que estejam dispostos. O Brasil está disposto. A China está disposta. Temos que procurar outros aliados e negociar com as pessoas que podem ajudar nessa paz.”
O presidente brasileiro fez as afirmações ao ser indagado se, na reunião que teve nesta sexta-feira com o presidente Xi Jinping, houve algum avanço relativo à questão da guerra – ele já havia dito anteriormente que pretendia discutir o tema com o líder chinês. A China é a principal aliada da Rússia de Vladimir Putin e é considerada peça-chave em qualquer tentativa de se negociar uma solução para o conflito, iniciado há mais de um ano no coração da Europa.